quinta-feira, 7 de maio de 2015

DAS VANTAGENS (E DESVANTAGENS) DE SER BOBO

(Por Tonico Lacerda Cruz)

Em uma sociedade, que incentiva o egocentrismo, as relações líquidas (como diria Baumam) e o conceito de que "os fins justificam os meios", a arte se torna um oásis de lucidez humana. Ela vai contra-corrente da filosofia "eusista", onde se cultua o "eu" acima de tudo. E é nela - na arte, que nos apegamos para reencontrar nossa humanidade, esta feita de matéria, energia, consciência e coletividade. Sim, estamos falando de sociedade - formada por um coletivo de indivíduos. O ser humano não nasceu para ser (ou viver) só. Somos, essencialmente, coletivos. 

Não podemos aceitar que a frase "O que eu ganho com isso?" seja o princípio de nossas atitudes. Muito menos a ideia de que "precisamos levar vantagem em tudo" deve ser tomada como regra. 

O grande sentido da posse está no compartilhar. Se temos e não compartilhamos, por quê e pra quê temos?

E a arte é assim. Felizmente! 

Todavia, não é imune a contaminações da filosofia "eusista". E, infelizmente, também há aqueles que nas suas idéias e, principalmente, atitudes, se comportam como indivíduos únicos, desconectados com o coletivo e ávidos por "levarem vantagem em tudo". A inveja, o desprezo pelos trabalhos alheios e o fisiologismo são seus alimentos...

Diante dos "espertos", só nos resta ser "bobos". E é tão bom ser bobo! Mesmo que seja apenas "de vez em quando...

Assista o vídeo com a íntegra do texto de Clarice Lispector, recitado por Aracy Balabarnan:

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