quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O ESTORIL TAMBÉM É NOSSO - NOVA MOBILIZAÇÃO DA CLASSE ARTÍSTICA DO CEARÁ

Por Tonico Lacerda Cruz

A classe artística do Ceará e, em particular, de Fortaleza, tendo à frente o MAR - MOVIMENTO ARTE E RESISTÊNCIA, se mobiliza mais uma vez para expressar sua indignação com os desmandos do poder público. Desta feita, contra a obscura cessão (sem licitação) do ESTORIL, prédio de Patrimônio Histórico de Fortaleza, à iniciativa privada, para que seja nele alocado um restaurante.

A se concretizar mais este desmando da ex-prefeita, feito no apagar das luzes de sua gestão, teremos uma completa descaracterização daquele prédio, enquanto Centro Cultural da Praia de Iracema, já que o ESTORIL, desde a década de 40 foi um espaço de discussões políticas, éticas, filosóficas, propiciador de um espaço de diálogo.

Pensando nisso, e no fato de ser um ponto estratégico na cidade de fortaleza, o Estoril torna-se apto a suprir a carência de espaços alternativos na cidade onde artistas possam experimentar propor e apresentar seus trabalhos dando a população acesso a Cultura.

Artistas Plurais, #OEstorilTambémEhNosso
A proposta tem como base fundamental a habitação das linguagens artísticas permeando um mesmo espaço e a fluidez de trabalhos, coletivos, grupos, processos formativos, tendo o público como parte conjunta do espaço, dando-lhes gratuidade nas entradas e na participação dos projetos.

Por isso, a classe artística está mobilizada com encontros e campanha nas redes sociais, se manifestando, sempre colocando a hastag #OEstorilTambémEhMeu em suas manifestações. Além disso foi redigida uma petição pública dirigida ao atual prefeito (que já revogou o "ato obscuro de doação" da ex-prefeita), para que o mesmo não transforme o local em restaurante e sim em espaço de criação, fomento e apresentações artísticas.

Convidamos nossos amigos, público, alunos e leitores também a se juntarem a nós.

Clique AQUI para ASSINAR A PETIÇÃO PÚBLICA.


Clique AQUI para ASSINAR PELA DESPRIVATIZAÇÃO DO ESTORIL.

ENTENDA O "OBSCURO" ATO DA EX-PREFEITA

No final de seu mandato, exatamente no dia 22 de dezembro de 2012, a ex-prefeita Luizianne Lins cometeu mais um desmando contra a cidade de Fortaleza, para atender a interesses pessoais e partidários.

Com aquiescência da Câmara Municipal de Fortaleza, onde ela tinha a maioria dos votos, que aprovou a mudança no artigo 4º da Lei Complementar Nº 54, a ex-prefeita se permitiu fazer, nos termos do artigo 109, parágrafo 2º da Lei Orgânica do Município, o “Termo de Permissão de Uso de Bem Público, a permissão de uso do Pavilhão Atlântico de Fortaleza, bem como do imóvel denominado Estoril”.

Essa lei, aprovada no dia 22 de dezembro, passou a ser a Lei Complementar Nº 60 de 2012.

A prefeitura de Fortaleza investiu cerca de R$ 300 mil na reforma do prédio, que foi inaugurado (às pressas, no apagar das luzes - dia 30/12/2012) por Luizianne Lins, juntamente com o Pavilhão Atlântico, obra onde está inserido o Estoril.

No evento, Luizianne não anunciou com quem ficará o Estoril e o Pavilhão, mas ela doou não apenas o Estoril como também o novo equipamento turístico inaugurado, o Pavilhão Atlântico, que ajuda a resgatar a historia da Praia de Iracema.

Todavia, entre os mais íntimos colaboradores da prefeita Luizianne, não houve segredo sobre quem são os sortudos de ganharem, graciosamente, sem custos, e sem participarem de processo licitatório o Estoril e o Pavilhão Atlântico:  um jornalista e um advogado - colaboradores do seu partido.


A HISTÓRIA DO ESTORIL

Localizado na Praia de Iracema, bairro preferido pela boemia, o Estoril fica bem próximo à Ponte Metálica, à rua dos Tabajaras 397. Em suas redondezas encontra-se uma grande variedade de restaurantes e bares instalados em casas e edificações antigas. Alia-se a tudo isso o charme e bucolismo das ruas estreitas que o cercam, relembrando o passado e, principalmente, atraindo os turistas com sua programação sócio-cultural.

O Estoril - Acrílico sobre tela de Tarcísio Garcia
A construção do prédio inicialmente chamado Vila Morena, pelos idos de 1920, representou a conclusão do sonho do coronel pernambucano José Magalhães Porto.

Décadas depois, durante a Segunda Guerra Mundial, os oficiais americanos transformaram o casarão num cassino. Na época, o local tornou-se o reduto das atrevidas Coca-Colas, moças da sociedade local, de famílias tradicionais cearenses, lindas, elegantes, vistosas e educadas, que tinham coragem de enfrentar as críticas e condenações da época, assumindo a soldadesca "invasora".

As Coca-Colas surgiram com a chegada dos soldados americanos que aqui instalaram uma base aérea, por volta de 1940. Melhor dizendo, foram conseqüência da permanência daqueles militares em Fortaleza. O epíteto "Coca-Colas" surgiu do fato delas terem o privilégio de tomar o famoso refrigerante americano que, na ocasião, somente era visto nas telas do cinema.

Com o fim da guerra, já com o nome de Estoril, recebido após a primeira reforma em 1948, o local passou a ser ponto de encontro de representantes de diversas correntes ideológicas. Em 1952, passou para as mãos de Zé Pequeno, que durante 40 anos foi anfitrião da intelectualidade cearense. Devido a essa característica, foi alvo de diversas "batidas" policiais durante o período de ditadura militar.

Patrimônio afetivo da cidade, foi comprado da família Porto em 1992 pela Prefeitura de Fortaleza, reformado e transformado em Centro Cultural da Praia. Lá já aconteceram seminários, oficinas, cursos, exposições, shows e lançamentos literários.

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