segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

ESPETÁCULO: "DIÁRIO DE UM LOUCO" EM CURTA TEMPORADA NO TEATRO SESC - IRACEMA

O espetáculo "Diário de um louco", com texto do autor ucraniano, Nikolai Vasilievich Gogol (1809 – 1852), e direção, concepção cênica e de figurino, cenário e atuação do artista, pesquisador, professor e doutor Paulo Ess, faz curta temporada no Teatro SESC-Iracema, em Fortaleza, as 20h nos dias 15, 16 e 17 de dezembro. São apenas 90 lugares pela ordem de chegada.

Apesar de o autor concentrar toda sua obra no gênero realista, ele revela códigos marcantes de surrealismo. Gogol reflete em seus textos, temas que dizem respeito à condição humana, fato que o fizeram, um dos maiores escritores do século XIX, e precursor de todos os grandes escritores que lhe seguiram.

O TEXTO:

Diário de um Louco, narra as peripécias do funcionário público, Antonino Barnabé, em seus delírios e devaneios apaixonados pela filha do diretor de sua repartição. Ao observar sua apaixonada, vê que a cachorrinha dela, na porta da loja, dialoga com outro cachorro, dando margem à mente criadora de Antonino, que, por vezes, passa a ouvir e ver coisas que ainda ninguém viu nem ouviu, como a conversa entre esses cachorros. Decidindo então, perseguir esse animal, para descobrir o que eles pensam.

A partir desses delírios, Antonino cria para si, um mundo povoado de reis, na tentativa de superar a medíocre existência. Toda a peça é narrada por esse personagem. Os questionamentos sobre a burocracia, o funcionalismo público e o poder são vistos pela ótica do mais frágil, o que ambiciona tanto ser alguém, e conquistar a filha do seu chefe, que seria o símbolo de sua felicidade e sucesso social. Com a decepção de ser visto ridiculamente por sua amada, ele embarca em uma realidade paralela. Em seus devaneios, ele sonha que governa o país, manda e desmanda em seus súditos. Mas, na verdade, ele está internado em um hospício, onde sofre fortes torturas e humilhações, onde seus súditos são internos. Ao escrever seu Diário, Antonino mistura o real, o fantástico, o normal, o patológico e o delírio.

A MONTAGEM

Segundo Paulo Ess:

"Para o desenvolvimento da montagem, nossa investigação se baseará nos eixos estéticos: A linguagem minimalista e o Teatro do Absurdo. Apoiados pela linguagem minimalista, buscaremos trabalhar com o gesto essencial ao texto, à cena e à arte. Não reduziremos ao nada, e sim, buscaremos os elementos essenciais do homem. No ator, buscaremos o signo e seu significado. No gesto, no corpo ativado. Partiremos para a compreensão da fisiologia do corpo em seu contexto geral, sem apegarmos somente às funções concretas, que se situa no campo social e político. Assim, buscaremos referências físicas que possam definir e nos auxiliar na construção do personagem. São informações que contemplam o corpo, conscientizando-o da sua prática, permitindo assim que se perceba o corpo físico do personagem. Ao valorizarmos o uso do corpo expressivo do ator, nessa montagem, isso não se trata de um elemento a mais, mas, sim, um componente da comunicação. Esse corpo que traz influências de sua sociedade e assume postura diante dos temas por ele instigados. Um corpo sempre em processo, em construção e elaboração de uma proposta cênica.

Contrapondo ao minimalismo, através da linguagem do Absurdo, evidenciaremos e reforçaremos as situações corriqueiras, contidas no texto. Gogol aborda a tragédia social por meio de um funcionário público e sua vida cotidiana e medíocre. Mergulhado em delírios e fantasias de um universo que ele não pertence, estabelecendo com isso, situações paradoxais e contraditórias, com a intenção de reforçar a linguagem do absurdo, denunciando e evidenciando a pequenez humana.

Assinalamos o Teatro do Absurdo, por representar uma linguagem de vanguarda, carregada de aspectos estranhos, elementos delirantes em roteiros nada lineares. Os acontecimentos ocorrem numa avalanche, demonstrando a dúvida e a solidão que habita em todos os seres humanos. Essa linguagem nos transporta a um universo que, de certo modo, reflete e é referendado pela vida rotineira. Seria vulgar admitir a ausência da lógica, que tentamos definir na linguagem do Absurdo. Mas podemos, sem compromisso com a forma, concentrar o seu desenvolvimento em situações inesperadas do homem. A linguagem do Absurdo concentra-se na forma dramática e o recurso de criação, o personagem, suas falas e seu enredo de forma lógica, onde os quadros, as cenas e situações, não exigem conexões. O personagem exposto às situações alternadas por imagens sem soluções expõe diálogos circulares, cíclicos, afastando-se de clichês que transformam a nossa realidade."

#INDICAMOS!!!

Clique AQUI para ver CURSOS E ESPETÁCULOS EM CARTAZ NO CEARÁ.

Clique AQUI para saber sobre EDITAIS E FESTIVAIS.

SERVIÇO:

Companhia Gira de Teatro
Texto: Nikolai Gogol
Direção, concepção cênica e de figurino, cenário e atuação: Paulo Ess
Colaboração e contra regra: Jeová Matos
Confecção de figurino: Carol
Criação de arte no figurino: Yone Almeida
Música Incidental: Nonato Cordeiro
Maquiagem: Tilba Araújo
Lighting Designer: Leandro Mateuzo
Fotos e filmagem: Francisco Costa e Marcos Cortez
Temporada: 15, 16 e 17 de dezembro de 2015 - Teatro SESC - IRACEMA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita. Ficaremos felizes se voce fizer seu comentário sobre esta postagem. Continue acompanhando nossa ARTE PLURAL!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...